A disfagia no idoso é um sintoma muito frequente, sendo uma queixa frequente que motiva a procura de cuidados de saúde. É um sintoma muitas vezes desvalorizado e interpretado como presbifagia. Contudo existem causas tratáveis de disfagia que valem a pena ser investigadas e orientadas.¹

O desenvolvimento de osteófitos cervicais anteriores é uma doença comum, podendo ser um osteófito isolado ou difuso, também chamado de Doença de Forestier (Hiperostose Ideopática Difusa do Esqueleto – DISH). A maioria dos doentes é assintomática, mas os sintomas variam desde desconforto cervical até, raramente, disfagia incapacitante. O tratamento inclui medidas dietéticas, terapia da fala e, em casos mais graves, cirurgia.^2,3

Apresentamos um doente de 66 anos, sexo masculino, com Hipertensão Arterial, Diabetes mellitus tipo 2 e doença osteo-degenerativa da coluna lombar, com queixas de disfagia para sólidos com vários meses de evolução, associado a sensação de corpo estranho na faringe. Foi inicialmente observado no Serviço de Urgência apresentando infeção das vias aéreas superiores, tendo realizado tratamento sintomático e sido orientado para a consulta externa. Verificou-se por nasolaringoscopia flexível a existência de tumefação da parede posterior da hipofaringe. A TC-cervical revelou osteófitos exuberantes de C2-C6 com calcificação dos ligamentos anteriores da coluna, implicando conflito de espaço com hipofaringe/esófago.

Figura I

laringoscopia

Figura II

TC- cervical

  BIBLIOGRAFIA  

1 Cook IJ, Diagnostic evaluation of dysphagia, Nature Clinical Practice Gastroenterology & Hepatology, 2008; 5(7):393-403;

2 Goh PY, Dobson M, Iseli T, Maartens F, Forestier’s disease presenting with dysphagia andas dysphonia, Journal of Clinical Neuroscience, 2010; 17: 1336-38;

3 Lecerf P, Malard O, How to diagnose and treat symptomatic anterior cervical osteophytes?, European Annals of Otorhinolaryngology, Head and Neac diseases, 2010; 127:111-16;