A SEVERIDADE DA DOENÇA INTERSTICIAL PULMONAR NA POLIMIOSITE
Imagens em Medicina
Autor(es) :
Inês Rossio, Ana Gonçalves
Instituições :
+
Data de Aceitação :
14-12-2014
Data de Publicação :
01-06-2016
ISSN :
2183-7546
RESUMO
Apresentamos o caso de um doente de 50 anos previamente saudável que inicia um quadro de dispneia de agravamento progressivo e fraqueza muscular proximal com 4 meses de evolução. A elevação de creatinina quinase, a presença de anticorpos U1-RNP, estudos de electromiografia e uma biópsia muscular foram consistentes com o diagnóstico de polimiosite. A radiografia e a TAC de tórax revelaram um padrão de pneumonia intersticial inespecifica (Figura 1) e os testes de função pulmonar confirmaram uma diminuição da capacidade de difusão, compatíveis com doença intersticial pulmonar. Durante dois anos, o doente foi submetido a múltiplos tratamentos (corticoterapia em dose elevada, ciclofosfamida, micofenolato de mofetil e tracrolimus), sem melhoria do quadro de dispneia e evoluindo com fibrose pulmonar, que culminou num desfecho fatal (Figura 2). A doença intersticial pulmonar desenvolve-se em 30-50% dos doentes com polimiosite e geralmente confere um mau prognóstico. Pode apresentar-se como pneumonia intersticial inespecifica, pneumonia organizativa ou lesão alveolar difusa. Apesar de tratamento agressivo, cerca de 25% dos doentes não respondem com evolução da fibrose pulmonar. O perfil de anticorpos detetado parece determinar o curso e gravidade da doença, ocorrendo os anticorpos U1-RNP em cerca de 15% dos doentes.
Palavras Chave :
Doença intersticial pulmonar, polimiosite
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