TERATOMA MEDIASTÍNICO- CAUSA RARA DE TORACALGIA
Imagens em Medicina
Autor(es) :
T. Loza1; R. Pires1; C. Batouxas1; P. Vaz2
Instituições :
+
Data de Aceitação :
26-02-2015
Data de Publicação :
01-06-2016
ISSN :
2183-7546
RESUMO
Doente de 29 anos do sexo feminino, sem antecedentes relevantes, recorre ao serviço de urgência por queixas de toracalgia intensa com intolerância ao decúbito. Refere três dias de evolução das queixas. À admissão apresenta-se diaforética, polipneica e taquicárdica, com intolerância ao decúbito, sem outras alterações no exame físico. Excluídas rapidamente algumas causas com risco de vida imediato através da realização de electrocardiograma, gasimetria arterial e estudo analítico todos normais. Foi realizado também radiografia de tórax postero-anterior que revelou alargamento do mediastino. Para esclarecimento foi realizada tomografia axialcomputorizada(TAC) torácica urgente. A TAC revelou uma massa bem delimitada, de contornos regulares, com densidade heterogénea constituída por conteúdo adiposo e calcificações grosseiras. Esta massa estava localizada no mediastino anterior, condicionando compressão sobre a artéria pulmonar e hilo esquerdo. Estas características eram compatíveis com uma lesão benigna, tendo como hipótese de diagnóstico mais provável um teratoma maduro (FIG. 1). Notava-se ligeira vascularização da periferia da lesão. A relação da massa com o coração e vasos mediastínicos sugeriam poder existir algum grau de comprometimento cardíaco. (FIG. 2). A doente foi submetida a cirurgia urgente para remoção da massa, tendo a mesma decorrido sem intercorrencias e sem complicações pós operatórias. O exame macroscópico revelou um fragmento nodular com 8cm de maior dimensão e 167g de peso, cística, incisada, constituída por tecidos heterogéneos, moles, por vezes com focos de grande dureza, limitando áreas cavitárias de conteúdo pastoso e outras sem conteúdo aparente. Ao exame histológico observou-se a representação de tecido ósseo lamelar, tecido cartilagíneo, anexos cutâneos e revestimento epitelial de tipo respiratório sem desvios morfológicos e sem caracteristicas de malignidade. Concluiu tratar-se de um teratoma cístico maduro. A doente manteve-se posteriormente assintomática sem necessidade de mais tratamento específico.
Palavras Chave :
Mediastino anterior, teratoma cístico maduro
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