ARTIGO

Apresenta-se o caso de um homem de 34 anos, fumador, automedicado com anti-inflamatórios por dorsalgia com 8 meses de evolução. Recorreu ao Hospital por agravamento súbito e limitação funcional, associado a sintomas constitucionais, tosse produtiva e hemoptises. Objectivamente, doente magro, apresentava diminuição do murmúrio vesicular no ápice direito à auscultação e protusão das vértebras dorsais com dor à palpação de D9-L1. Analiticamente apresentava anemia e elevação dos parâmetros inflamatórios; VIH negativo. Imagiologicamente verificou-se fractura óssea de D11-D12 (Figura1a) associado a abcesso paravertebral de D10-D12 (Figura1b), abcesso peripulmonar (Figura2b), cavitação e infiltrado no parênquima pulmonar superior direito (Figura2a). Na expectoração foram identificados bacilos ácido-álcool resistentes, ADN de Micobacterium tuberculosis complex positivo e posteriormente confirmado em exame cultural M. tuberculosis sensível aos antituberculostáticos de primeira linha. Para além de tratamento médico necessitou de drenagem percutânea do abcesso paravertebral, cirurgia para controlo do foco e fixação da coluna. Apesar da diminuição da incidência¹, casos graves de tuberculose disseminada com diagnóstico tardio ainda existem.

Figura I

Figura 1

Figura II

Figura 2

  BIBLIOGRAFIA  

1. World Health Organization – Global tuberculosis report 2015, reviewed March 2016. http://www.who.int/en/