Os autores descrevem um caso de um doente do sexo masculino, 19 anos de idade, sexualmente activo, sem antecedentes pessoais conhecidos, nomeadamente sem diagnóstico prévio de sífilis e consequentemente sem qualquer tratamento dirigido, que recorreu ao serviço de urgência pelo aparecimento de lesões cutâneas eritmatosas, maculopapulares com particular atingimento palmar e plantar como visível nas imagens. Negava febre, mialgias ou perda de peso. Sem adenomegálias palpáveis. Realizou análises com VDRL positivo 32 Dils e T.P.H.A. também positivo. Despiste de VIH negativo. Fez tratamento com 1 injecção de benzilpenicilina 2.4 MU como recomendado⁽²⁾. Por não comparência às consultas só foi reavaliado aos dezoito meses. Nessa altura a repetição analítica foi: VDRL positivo 1 Dil e T.P.H.A. positivo, comprovando eficácia terapêutica e desaparecimento das lesões. Apesar de estarmos numa era com antibioterapia eficaz e já ser pouco frequente, a sífilis não tratada pode evoluir para uma fase secundária⁽¹⁾caracterizada por rash geralmente não pruriginoso, cor rosada com lesões papulares ou papuloescamosas podendo atingir o todo o tegumento cutêneo, com padrão simétrico⁽²⁾. Neste doente, que se apresentou com um primodiagnóstico de sífilis já numa fase secundária relembramos que são raros os quadros clínicos com atingimento palmar e plantar, o que torna este caso mais peculiar, pois foram exactamente as zonas do corpo mais afectadas.

Figura I

Fig. 1 - Imagem do atingimento plantar pela sifilis

Figura II

Fig. 2- atingimento cutâneo palmar e plantar da sifilis

  BIBLIOGRAFIA  

1- Emma Coleman, Andre Fiahlo, Andrei Brateanu; Secondary syphilis;Cleveland Clinic Journal of Medicine. 2017 July;84(7):510-511
2-Joseph Dylewski,Minh Duong, The rash of secondary syphilis,CMAJ. 2007 Jan 2; 176(1): 33–35.