Descrevemos o caso de uma doente de 67 anos com cardiopatia valvular por febre reumática com colocação de prótese mitral mecânica, fibrilhação auricular permanente, diabetes mellitus tipo 2, doença renal crónica estadio IIIb e doença hepática crónica; estava previamente hipocoagulada com varfarina e havia referência a INR lábil. A doente foi admitida na Unidade de Cuidados Intermédios por um quadro de insuficiência cardíaca congestiva, tendo sido realizado um ecocardiograma transtorácico à admissão que sugeriu estenose significativa da prótese mitral.

Como intercorrência, teve um episódio de hemoptises maciças com necessidade de entubação orotraqueal. A broncofibroscopia revelou um coágulo gigante envolvendo toda a árvore traqueobrônquica e, pelas dimensões do mesmo, foi necessário extubar e reintubar a doente para conseguir remover o coágulo. Apresentamos esta imagem pela gravidade do quadro, associado ao facto do coágulo ter sido removido intacto e permitir a visualização das ramificações principais da árvore traqueobrônquica.¹ Infelizmente, a doente evoluiu desfavoravelmente tendo vindo a falecer neste internamento.

Figura I

1 Brônquio principal direito; 2 Brônquio principal esquerdo; 3 Divisão superior do brônquio principal esquerdo superior; 4 Divisão inferior do brônquio lobar esquerdo

  BIBLIOGRAFIA  

(1) Netter, F. H. (2006).Atlas of human anatomy. Philadelphia, PA: Saunders/Elsevier.